EMISSÕES DE MOTORES A DIESEL - PARTE 2

 


Uma exposição de curto prazo (aguda) a concentrações elevadas de emissões de motores diesel podem produzir irritação das vias respiratórias, dos olhos, dor de cabeça, tontura, náuseas e sintomas de inflamação das vias respiratórias, variáveis entre indivíduos e de caráter transitório.

Quando ocorre uma exposição a longo prazo (crônica), são produzidos efeitos mais graves, como inflamação pulmonar, exacerbação da resposta alérgica, afecções cardiovasculares e câncer de pulmão (IARC, 2013).

Além disso, a exposição a este agente pode agravar patologias prévias do tipo cardiovascular ou respiratório.

Em 1988, a IARC classificou as emissões de motores diesel como provavelmente carcinogênico em humanos, em seu grupo 2A.

Em 2012, depois de revisar os estudos mais recentes, a IARC concluiu que é cancerígeno para o ser humano, classificando-o no grupo 1, devido à existência de provas suficientes em humanos, isto é, em estudos epidemiológicos, que demonstram que a exposição está associada a um maior risco de câncer de pulmão.

Também existem evidências limitadas que relacionam a exposição a estas emissões com uma maior probabilidade de desenvolvimento de câncer de bexiga.

Os efeitos para a saúde devido à exposição ao material particulado em geral dependem da quantidade que se acumula nos pulmões, que, por sua vez, dependerá da concentração de partículas no ar respirável e do tamanho das partículas.

As partículas cujo tamanho é menor do que 10 μm, que em higiene industrial se conhece como fração respirável, podem se inaladas e penetrar no sistema respiratório até alcançar os alvéolos pulmonares e ali depositar-se, produzindo efeitos danosos.

A maioria das partículas das emissões de motores a diesel têm um tamanho inferior a 0,1 μm (100 nm), isto é, são nanopartículas ou, como são conhecidas no âmbito de saúde pública e do meio ambiente, “partículas ultrafinas”.

Os distintos estudos indicam que a maioria das partículas das emissões de motores diesel se situam em tamanhos ao redor de 50 nm (Kittelson et al., 2008).

Estas partículas, devido a seu pequeníssimo tamanho e à sua elevada superfície específica, são extremamente reativas e são capazes de atravessar o epitélio e as paredes vasculares e chegar à corrente sanguínea (Sydbom et al., 2001).

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